Produtores rurais discutem futuro do agro, com alerta de crise para economia estadual

Na noite desta quinta-feira (26), produtores da região do Cone Sul se reuniram na sede do Sindicato Rural de Maracaju para discutir o futuro do agronegócio, que enfrenta sérios desafios em decorrência de quatro safras frustradas. Muitos agricultores estão acumulando prejuízos significativos e buscaram apoio para enfrentar essa crise.

Sendo um setor crucial para a economia local e regional, responsável por uma porcentagem significativa da renda e do emprego, os produtores destacaram a necessidade de alertar a sociedade sobre a crítica situação que vivenciam. A mensagem é clara: a falência do agro não afeta apenas os produtores, mas repercute em toda a comunidade, já que o setor agropecuário sustenta diversos outros segmentos econômicos.

Foto: Paulo Roberto Banczek/Plantão Regional

Durante a reunião, discutiu-se estratégias para recuperar a viabilidade das atividades agrícolas, incluindo a busca de apoio das autoridades, investimentos em tecnologias sustentáveis e soluções para os problemas climáticos e econômicos que têm prejudicado as safras. A união entre os produtores e a conscientização da sociedade são vistas como passos essenciais para um futuro mais promissor para o agronegócio na região.

Marco Antônio Guimarães Marcondes, presidente do Sindicato Rural de Maracaju, afirmou que o "sinal vermelho está aceso há muito tempo" e enfatizou que os produtores já suportaram o máximo que podiam. Ele destacou a urgência de soluções, como a prorrogação das dívidas, para evitar que os produtores cheguem a um ponto insustentável.

Valdemir Portela, produtor rural, reforçou que a reunião serve como um alerta para toda a sociedade, reiterando que mais de 70% da economia local depende do agronegócio. Sem uma solução imediata para a crise, todos poderão sofrer consequências graves.

Foto: Paulo Roberto Banczek/Plantão Regional

Roney Simões Pedroso, Diretor Executivo da MS Integração, apresentou números preocupantes das últimas safras, indicando um aumento nos custos de produção que sacrificam as margens de lucro, aliando isso ao impacto das condições climáticas desfavoráveis e ao aumento dos preços dos insumos provocados pela guerra na Ucrânia e pela pandemia de COVID-19. Esses fatores têm empurrado os produtores para uma situação financeira insustentável, agravando ainda mais a crise no setor.