Créditos: Ricardo Saibun / Divulgação SantosFC
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) parabeniza o ídolo do Santos, bicampeão mundial em 1958 e 62 pela Seleção e Canhão da Vila, Pepe, que comemora seu aniversário de 90 anos nesta terça-feira (25). Santista de nascença e de coração, ele formou um dos grandes trios de ataque da história do futebol mundial, ao lado de Coutinho e de Pelé.
O ponta-esquerda é o segundo maior goleador da história do Peixe, com 403 gols em 741 jogos. Por ter jogado ao lado do maior jogador de todos os tempos, o ponta-esquerda diz ser o maior artilheiro humano do clube: "o Pelé é um ET e não conta" - o Rei marcou 1.091 tentos pelo Alvinegro Praiano. Conhecido pela potência nos chutes com a perna esquerda, passou a ser chamado de Canhão da Vila.
Pelé e Pepe, os dois maiores artilheiros da história do Santos; juntos, têm mais de 1.400 gols pelo Peixe - Créditos: Acervo Santos
Nascido em 25 de fevereiro de 1935, José Macia recebeu o apelido de Pepe por ser a forma que o nome José é conhecido na Espanha, de onde a família do ex-jogador é oriunda, mais precisamente da região da Galícia, no noroeste do país.
Foi revelado pelo clube da Vila Belmiro em 1954 e trilhou toda sua carreira no Santos, em que jogou até 1969. Em sua segunda temporada, a conquista do Campeonato Paulista deu início à extensa lista que Pepe e Santos ostentariam nas temporadas seguintes. Do torneio estadual, foram 11 (1955, 56, 58, 60, 61, 62, 64, 65, 67, 68 e 69).
Outros títulos marcantes são os dois Mundiais (1962 e 63), as duas Libertadores (1962 e 63) e os cinco Campeonatos Brasileiros (1961, 62, 63, 64, 65 e 68). Pode-se lembrar também dos quatro Torneios Rio-São Paulo (1959, 63, 64 e 66), assim como da Supercopa Sul-Americana dos Campeões Intercontinentais e da Recopa dos Campeões Intercontinentais, obtidas em 1968.
Clodoaldo, Neymar e Pepe, ídolos do Santos - Créditos: João Loureiro/Ag. Paulistão
Quando tinha 21 anos, Pepe foi convocado para a Seleção Brasileira pela primeira vez. Pela Amarelinha, ao todo, foram 41 jogos, com um retrospecto de 29 vitórias, três empates e nove derrotas. Sagrou-se bicampeão da Copa do Mundo (1958 e 62), da Taça do Atlântico (1956 e 60) e da Copa Roca (1957 e 63), tricampeão da Taça Oswaldo Cruz (1958, 61 e 62) e venceu a Taça Bernardo O"Higgins em 1961.
Entre as suas 22 bolas na rede pelo Brasil, Pepe guarda como a mais especial o gol de falta marcado contra a Inglaterra, superando o goleiro Gordon Banks, em amistoso disputado no dia 8 de maio de 1963, em Wembley. A partida terminou empatada em 1 a 1.
Pepe nos bastidores da Copa de 58 - Créditos: Reprodução
Pepe se aposentou dos gramados em 1969 e, logo em seguida, passou a ser treinador das categorias de base do Santos. Em 72, assumiu o time profissional. Teve cinco passagens pelo Peixe e liderou o clube em 371 partidas, número que o coloca como o terceiro técnico que mais comandou a equipe.
O santista manteve o histórico de campeão à beira do campo e se tornou a figura com mais títulos do Campeonato Paulista, com 13, sendo 11 como jogador e dois como treinador (1973 pelo Santos e 1986 pela Inter de Limeira-SP). Ganhou também o Cearense de 85 pelo Fortaleza, o Brasileiro de 86 pelo São Paulo, a Série B de 88 pela Inter de Limeira-SP, o Campeonato Japonês de 91-92 pelo Verdy Kawasaki e a Série B de 95 pelo Athletico-PR.
Além destes, Pepe dirigiu Atlético-MG, Náutico, Guarani, Coritiba, Portuguesa-SP, Criciúma, Ponte Preta-SP. Trabalhou também fora do Brasil: seleção peruana, Al-Sadd (QA), Boavista (POR), Tokyo Verdy (JAP) e o Al-Ahli (QA). Neste último, inclusive, treinou o futuro técnico Pep Guardiola.
Pepe e Coutinho formaram, com Pelé, um dos maiores ataques da história do futebol mundial - Créditos: Ivan Storti/Santos FC
Fonte: CBF