O lançamento comercial do produto ocorrerá em breve, e a expectativa é que pequenos, médios e grandes produtores possam incorporá-lo às suas lavouras para aumentar a resiliência das culturas e garantir frutos de melhor qualidade para o mercado.
Foto: LithoPlant
A Embrapa, em parceria com a Litho Plant, desenvolveu um protetor solar para plantas que reduz a queima de folhas e frutos, melhora a resiliência e aumenta a produtividade. Batizado de Sombryt BR, o produto foi testado em culturas como abacaxi, banana, citros, mamão, manga e maracujá, mostrando alta eficiência na proteção contra danos físicos e no fortalecimento da planta contra estresses ambientais.
A inovação chega ao mercado classificada como fertilizante mineral simples à base de carbonato de cálcio. Aplicado diretamente nas folhas e frutos, o produto seria compatível com sistemas de cultivo orgânico e convencional. Os testes apontam redução de até 20% nos danos físicos aos frutos e um aumento médio de 12% na produtividade das laranjeiras da vsariedade pera, sob diferentes condições de irrigação.
Segundo Maurício Coelho, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura e coordenador dos experimentos, o produto melhora o balanço energético das plantas. "Isso torna a planta mais eficiente no uso da água e na troca de gases, resultando em maior resiliência e produtividade", conta.
Os estudos sobre o efeito do Sombryt BR começaram em 2021 e foram aplicados em diversas regiões do Brasil. Em Rio Real (BA), a tecnologia foi testada em citros ao longo de três colheitas, demonstrando um aumento de produtividade de até 17% em pomares sem irrigação. No Rio Grande do Norte, os testes com mamão indicaram uma melhora de 18% na firmeza da polpa e um aumento de 20% na massa dos frutos.
No caso do abacaxi, os experimentos em Itaberaba (BA), uma das principais regiões produtoras da fruta, mostraram uma redução de 20% nos danos físicos causados pelo sol. Essa descoberta beneficia especialmente os produtores orgânicos, que antes utilizavam jornais para cobrir os frutos.
Os benefícios também foram observados na produção de manga. Em fazendas na Bahia e Pernambuco, houve uma redução de 20% na incidência de queimaduras solares, problema que compromete a qualidade comercial dos frutos.
Já para os produtores de maracujá no Semiárido baiano, o foco foi melhorar a resistência das plantas ao estresse hídrico. Os experimentos, segundo a Embrapa, mostraram ganhos significativos na fotossíntese (+28%), transpiração da planta (+9%) e eficiência no uso da água (+17%), fatores que refletem diretamente no aumento da produtividade.
O protetor pode ser aplicado por pulverização em pomares e lavouras, diluído apenas em água, sem necessidade de aditivos auxiliares. As aplicações podem ser feitas com pulverizadores convencionais ou por drones, garantindo cobertura eficiente.
O diretor da Litho Plant, Luciano Rastoldo, destaca que a tecnologia tem potencial para transformar a produção agrícola brasileira. "Saímos da fase de testes para a certeza de que o produto funciona. Os trabalhos da Embrapa mostram que há diversos benefícios além da redução da queima dos frutos, como maior eficiência fisiológica das plantas", afirma.
A produção industrial do Sombryt BR já está pronta para atender à demanda, com capacidade inicial de 100 mil litros por ano. O custo do litro do produto deve variar entre R$ 80 e R$ 100, com dosagem de 300 ml a 1,5 litro por hectare por aplicação.
Com a intensificação das mudanças climáticas e o aumento das temperaturas médias, tecnologias que ajudam a reduzir os impactos do calor na produção agrícola são cada vez mais necessárias. De acordo com a Embrapa, o Sombryt BR surge como uma solução inovadora para melhorar a produtividade e a sustentabilidade no campo, reduzindo as perdas causadas por queimaduras solares e otimizando o uso da água pelas plantas.
O lançamento comercial do produto ocorrerá em breve, e a expectativa é que pequenos, médios e grandes produtores possam incorporá-lo às suas lavouras para aumentar a resiliência das culturas e garantir frutos de melhor qualidade para o mercado.
Fonte: Canal Rural